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Como melhorar o vocabulário em inglês?

  • Foto do escritor: Daniel Pamplona
    Daniel Pamplona
  • 27 de jul. de 2024
  • 6 min de leitura

Atualizado: 10 de jan.

Nuvem de palavras em inglês relacionadas ao tema vocabulário

Uma experiência comum vivenciada pelas pessoas que estão aprendendo línguas estrangeiras é aquela famosa “travada”. Nas mais diversas situações comunicativas (seja uma conversa informal, uma reunião ou mesmo uma aula de inglês particular online), surge de repente aquele momento em que, no meio da interação, você quer dizer algo, mas a palavra não vem. Seu cérebro entra no modo turbo, buscando desesperadamente pela dita da palavra ou por um sinônimo, e nada. Travou. Claro que, nesse caso, podemos parafrasear nossa ideia, i.e. buscar uma outra maneira de dizer a mesma coisa, ou mesmo pedir ajuda ao interlocutor. A travada não é o fim do mundo (ou mesmo da interação que está ocorrendo). Mas, para diminuir a chance de ela ocorrer e para que você consiga se comunicar de forma mais precisa, é fundamental expandir seu vocabulário em inglês. Neste post, vou sugerir maneiras eficientes de se fazer isso, de forma totalmente autônoma. Porém, antes de entrarmos nessas estratégias, cabe uma breve explicação sobre o que exatamente compõe isto que chamamos de vocabulário.


Afinal, o que é vocabulário?


Quando falo em expandir vocabulário, não me refiro necessariamente a aprender novas palavras. Antigamente, era comum os cursos de inglês informarem o número de palavras novas aprendidas a cada aula. A meu ver, essa não é uma métrica eficiente, pois uma mesma palavra pode ter (e geralmente tem) significados distintos, um fenômeno conhecido como polissemia (meu post sobre trocadilhos traz bons exemplos disso). Assim, se você sabe dois sentidos diferentes de uma mesma palavra, é como se conhecesse duas, e não uma. Além disso, o vocabulário também inclui combinações e grupos de palavras (comumente chamados de “chunks”) que têm sentido próprio. As categorias abaixo são exemplos disso:


Phrasal verbs


Combinações entre um verbo e uma preposição que, juntos, podem formar significados inesperados. Por exemplo, na sentença "I tried to learn Japanese, but I gave up", temos o phrasal verb "give up", que quer dizer desistir de algo. Outro bom exemplo é "look after", que quer dizer cuidar de algo ou alguém: "I can’t go out tonight because I need to look after my sister." Há milhares de phrasal verbs em inglês e aprendê-los é parte necessária da formação de qualquer estudante.


Collocations


Em qualquer idioma, há combinações de palavras que são adotadas frequentemente pelos falantes. Em português, por exemplo, dizemos que, antes de viajar, é necessário "fazer a mala". Se alguém disser que vai "montar a mala", nós até entenderíamos o sentido, mas certamente acharíamos essa construção estranha. Essas combinações usuais de palavras se chamam "collocations" e aprendê-las é fundamental para não soarmos estranhos em inglês. Digamos, por exemplo, que você esteja em uma entrevista de emprego em inglês e queira enaltecer suas qualidades profissionais, dentre as quais sua capacidade de cumprir prazos. Como, então, dizer “cumprir prazos” em inglês? Se você procurar “prazos”, a tradução mais comum é “deadlines”. No entanto, para o verbo “cumprir”, há várias opções. Qual escolher? Ou, em outras palavras, qual verbo é comumente utilizado com o substantivo “deadlines”? A resposta não é óbvia: “cumprir prazos” em inglês é “meet deadlines”. Outros exemplos incluem “throw a party” (que nada mais é que dar ou organizar uma festa), “pose a threat” (“Global warming poses a threat to humanity”) e inúmeras outras.


Fixed phrases


Conjuntos de palavras que, juntas, formam um significado particular. Essas expressões são fixas porque as palavras que as constituem não podem ser alteradas. Por exemplo, quando queremos apontar o outro lado de uma situação, dizemos “on the other hand”. Não vale dizer “in the other hand”, “on the other arm” ou quaisquer outras possibilidades. Outros exemplos de fixed phrases são “keep in touch” (manter contato com alguém), “come as a surprise” (“Her promotion to CEO came as a surprise to everyone in the company”), “be that as it may” (expressão que pode ser traduzida como “seja como for”) etc.


Idiomatic expressions (idioms)


Um tipo de fixed phrases, as expressões idiomáticas têm sentidos metafóricos, não imediatamente reconhecíveis a partir das palavras que as compõem. Como em qualquer idioma, o inglês é riquíssimo neste tipo de expressão. Exemplos: "feel like death warmed over" (sentir-se muito mal, em virtude de uma doença), "couch potato" (alguém que não gosta de exercícios físicos), "turn a blind eye" (ignorar deliberadamente uma situação) etc.


Agora que expandimos nossa concepção de vocabulário, podemos discutir algumas estratégias simples e eficientes para você desenvolver o seu. Let’s go!


Como expandir o vocabulário de forma autônoma?


Livros de vocabulário para estudo individual


O fato de o inglês ser a atual língua global significa que não apenas milhões de pessoas querem aprendê-lo, mas também que há uma indústria gigantesca de materiais didáticos para atender a essa demanda. Estes materiais não se restringem àqueles que as escolas de inglês utilizam em seus cursos, mas incluem também livros feitos para pessoas que querem dirigir seu próprio estudo. Para o desenvolvimento do vocabulário, há várias opções. Vou apresentar três delas, todas da editora de Cambridge. A primeira é a série English Vocabulary in Use. Contando com versões para níveis básico, intermediário e avançado, este livro contém unidades temáticas com explicações claras e exercícios (com respostas) para memorização e consolidação do conteúdo. Para quem deseja aprender mais phrasal verbs, há a série English Phrasal Verbs in Use. Assim como o anterior, este material conta com exercícios e respostas ao final. Por fim, para quem desejar aprender mais collocations, sugiro a série English Collocations in Use, com o mesmo formato rico em exercícios dos anteriores. Estes três livros se prestam facilmente ao estudo próprio e permitem aos estudantes avançarem em seu próprio passo.


Livros de inglês para melhorar o vocabulário com estudo individual
Série English Vocabulary in Use, da editora de Cambridge

Livros de leitura graduada (“graded readers”)


Os chamados “graded readers” são adaptações de obras literárias para diferentes níveis de inglês. Há várias editoras publicando este tipo de material, como Penguin, Oxford e Cambridge. Por meio do exercício de leitura, o estudante tem contato com um vasto vocabulário que virá a fazer parte de seu próprio repertório. Pessoalmente, considero esta prática especialmente poderosa para os estudantes de nível básico, que têm um longo caminho a percorrer no idioma e que podem avançar de maneira muito rápida por meio da leitura de textos adaptados a seu nível. Além disso, estes livros costumam vir acompanhados de exercícios de compreensão de texto, gramática e vocabulário, de modo a permitir que os estudantes aprofundem seu conhecimento da língua a partir dos temas presentes na obra. Caso você não queira comprar estes livros online, sugiro fazer uma visita aos sebos de sua cidade. Aqui em Curitiba há ótimas opções, como o Sebo Líder e o Sebo Kapricho, que possuem graded readers em ótimo estado, por preços bem inferiores aos de um livro novo.


Capas de livros de leitura graduada em inglês para estudantes
Os graded readers são ótimas ferramentas para aumentar o vocabulário!

Personal diary


Esta é uma estratégia muito frutífera para estudantes de nível intermediário ou avançado. Basicamente, a ideia é você ter um caderno (ou uma pasta com arquivos Word no computador, caso você já considere o papel um ser estranho) e escrever sentenças com o novo vocabulário aprendido a partir da leitura de texto qualquer. Durante minha preparação para o exame CPE de Cambridge, adotei esse hábito e senti que meu conhecimento do idioma deu um grande salto de qualidade. Seu processo pode ser o seguinte:


Primeiro passo: escolha um artigo de revista/website para ler. Eu utilizava a revista Newsweek, mas pode ser qualquer outra fonte que lhe interesse (confira mais no meu post sobre como aprender inglês sozinho). O ideal é que seja um artigo curto, de no máximo uma página.


Segundo passo: marque no artigo 5-7 palavras que você achou interessantes e/ou que não conhece. Tente adivinhar seu significado pelo contexto. Em seguida, procure-a num dicionário (impresso ou online).


Terceiro passo: escreva uma sentença com cada palavra, relacionando-a a algo de sua vida. Você pode escrever frases sobre sua vida pessoal, profissional, seus sentimentos, impressões sobre o mundo etc. A ideia aqui é fazer associações que lhe ajudem a guardar aquelas palavras. Você verá que, ao pensar sobre aquela situação posteriormente, a palavra em inglês lhe virá à mente.


(Relendo meu caderno de 19 anos atrás, encontrei várias sentenças para ilustrar esse processo. Num artigo, eu havia encontrado o substantivo "downpour", que quer dizer uma chuva forte ou tempestade, e o phrasal verb “call off”, que quer dizer cancelar algo. Escrevi a seguinte sentença utilizando as duas palavras novas: “Due to the heavy downpour last Tuesday, I had to call off my class with Ivo.”)


É isso, pessoal. Espero que as dicas acima lhes sejam úteis. Evoluir num idioma é uma tarefa que exige esforço, mas com um mínimo de organização e dedicação de tempo, é possível ver ótimos resultados no curto prazo, sem a necessidade de grandes investimentos financeiros. Sintam-se à vontade para deixar perguntas, sugestões ou qualquer outro comentário abaixo. Por fim, aproveito para me colocar à disposição para ser seu professor de inglês particular online. See you!

 
 
 

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